Sobre amores que merecem (ou não) o estatuto de verdade
- Yilan Ruh
- 16 de mar. de 2019
- 1 min de leitura
Atualizado: 19 de mar. de 2019
Quando eu era criança costumava brigar com minha mãe pela minha principal convicção: que o amor dura pra sempre. Que o verdadeiro amor é eterno. Ela replicava, dizendo que já havia amado várias pessoas, e que quando eu fosse mais velha iria compreender. Hoje, no auge dos meus 21 anos, percebo porque sempre estive errada: o amor não dura pra sempre porque não somos mais as pessoas de ontem. Nos tornamos outras, e o objeto de nossa afeição também. Enquanto vivermos, somos mutáveis. Semanalmente surge alguém na tentativa de me convencer de que ainda amo alguém. De que vou acordar e perceber que estive errada. Eu gostaria que compreendessem que isso jamais vai acontecer porque eu já não sou a pessoa de 6 meses atrás, e nem o "alguém" é a pessoa que amei um dia. E eu não posso voltar para o ontem, porque ontem eu era outra pessoa. Todo o meu horizonte de sentidos foi resignificado. Meus afetos mudaram. E quando alguém me diz "Como você está mudada: eu mal te reconheço!", eu suspiro de alívio e penso "Ainda bem!".
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