Saudade
- Yilan Ruh
- 6 de nov. de 2024
- 1 min de leitura

A noite cai, e com ela o tormento;
em devaneios, tua pele eu sinto.
Na ausência cruel de teu alento,
é tão vago o prazer, é tão distinto.
Sou uma errante, condenada ao tormento;
rastejo em febre, ansiando por teus lábios.
Perdida em sombras, me entrego aos lamentos;
sem teu farol, neste mar negro, sou naufrágio.
Meditabunda, perseguindo vultos;
de minhas mãos escapam teus contornos.
Os ponteiros do relógio gritam insultos:
é zombaria de meus anseios ocultos,
de adornar, com minhas pernas, teu pescoço;
de me fazer a deusa do teu culto.
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