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Quando Eu For Primavera

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 22 de mai.
  • 1 min de leitura

Atualizado: 22 de mai.




Se eu me esconder no outono dos dias,

com olhos turvos de mágoa silente,

espera por mim, mesmo arredia;

é que minhas flores penderam, doentes .


Minh’alma é jardim que fenece,

por ter amado além do que podia.

Mas, sob a terra fria, a raiz adormece,

guardada do mundo que a judia.


Se eu me perder em noites sem aurora,

lágrimas caladas e promessas ao chão,

guarda teu peito aberto à minha volta,

me deixa repousar em teu coração.


Aguarda meu sol enquanto ainda sou sombra,

me aguarda choro enquanto a dor me veste.

Me ama como quem cultiva tâmaras,

com a fé de que o Tempo tudo floresce.


Pois mesmo em silêncio, ainda respiro —

e, embora em cinza, ainda sou semente.

O amor que me toca, suave e contínuo,

é luz morna sobre o gelo persistente.


E quando, enfim, meu peito florir sem medo,

quando a Primavera me devolver à vida,

chegarei a ti — perfume e caule inteiros —

renascida. Serena. E agradecida.

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