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Onde as corujas cantam

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 10 de abr.
  • 1 min de leitura



Diz o que queres de mim,

que até as cinzas do passado te entrego.

Queimei a estação inteira por ti —

mas não me deixes sozinha no deserto.


O Sol deixou quase tudo em frangalhos:

minha fé, minha verdade, minha cor.

Só restou teu nome, seco, nos galhos,

como uma folha que resiste ao desamor.


Minha alma, vestida de preto,

dança, chorosa, nas noites sem luar.

Tua ausência grita, silente, no peito —

na noite escura, onde nem corvos vêm cantar.


Prometeram que o tempo cura tudo:

o abuso, a negligência, a violência.

Mas sigo sangrando, colecionando lutos,

fiel à Lua, à escuridão, à minha essência.


Se fores embora com as marés do destino,

leva meus poemas contigo, por favor.

Cada verso escarlate, um vinho divino —

uma ode mortuária à nosso amor.


E se, nesta vida, eu me perder de ti,

me procura onde as corujas cantarem,

me procura quando as folhas caírem,

me encontra nos matizes das tardes.



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