Noite de caça
- Yilan Ruh
- 5 de jun.
- 1 min de leitura

O que é teu corpo, senão o meu abrigo,
onde me perco só pra achar perigo?
Tua língua fala em outra frequência,
me prende, me doma, me rouba a decência.
Eu sou veneno que desce gostoso,
e você me lambe como um vício novo.
Não sou recato, porcelana, nem orquídea;
sou temporal, tromba d'água, sou ofídica
Teu gosto me marca, teu cheiro me instiga
tua mão desliza e a minha língua sibila.
É guerra e dança, é suor e disputa,
cê me enforca e eu rebolo feito puta.
Teu controle é pose, mas teu pulso vacila,
quando eu cavalgo cê já perde a trilha..
Tua boca mente, mas teu gemido entrega:
quando eu monto, teu mundo desprega
Tua voz manda, mas teu olhar suplica;
cê pede calma — e eu vim foder a tua vida.
Teu suor escorre, tua alma implora:
eu tô no cio, e é noite de caça agora.
コメント