Ninguém sai ileso de ninguém
- Yilan Ruh
- 28 de dez. de 2018
- 1 min de leitura
Atualizado: 2 de out. de 2023
Dia desses estava eu com minha mãe, compartilhando meus casos amorosos. Minha mãe vira e diz "Filha, se divirta bastante, não se apegue. Você vai sofrer." Respondi a ela que ninguém sai ileso de ninguém. Eu me apego a cada pessoa com quem me relaciono. Eu guardo os nomes de seus bichos, eu pergunto sobre a saúde de seus pais. Eu quero saber qual é o seu primeiro pensamento pela manhã e o que tira seu sono de noite. Eu gosto de afetar na medida em que sou afetada. Porque a vida é curta demais para molharmos apenas os pés em piscininhas rasas. Eu quero mergulhar no mar mesmo sabendo que talvez eu morra afogada. E as reações dos homens são as mais diversas. Alguns agem com extrema frieza, julgando que estou apaixonada e que me tem nas mãos. Outros me pedem em namoro no segundo encontro. E eu? Eu apenas me divirto, como recomendou minha mãe. Me apaixono um cadinho por cada um. Vejo cada existência como especial e a trato dessa forma, porque ela é mesmo. Meu coração vai navegando em águas turvas. Talvez em breve ancore em algum lugar.
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