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Inércia

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 31 de out. de 2024
  • 1 min de leitura



Pulsos dormentes,

nervos vazios,

coração que se esquiva –

eu rio sem riso.


O tempo se arrasta,

mas não me restaura;

cicatriza o que sangra,

mas eu já não sinto nada.


Era uma vez, em mim, uma chama

que a dor apagou em confidência;

recolho meus pedaços, um por um,

costuro a carne com fios de ausência.


E, nessa paz gelada, estou eu, tão vazia

de mim, do mundo, de significado.

Sem mais, sem menos, sem nada pra sentir –

afundo, inerte, no raso e descartável.


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