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Inferno

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 13 de mar.
  • 1 min de leitura



O que é teu corpo, senão um labirinto,

onde me perco num êxtase faminto?

Tua voz me arrasta ao inferno que evoca;

teu toque é brasa, teu olhar me acossa.


Incêndio desperto, a fúria nos invade, e,

enquanto eu te provoco, o mundo arde.

Me faço águia e cê se faz de lobo:

garras no dorso e dentes no pescoço.


Eu não te engano e cê não se engana;

você me ama porque sabe: eu sou piranha.

Eu não sou boa em reprimir os meus desejos;

sou predadora — eu não nasci pra ser cordeiro.


É que é gostosa essa nossa cumplicidade.

Cê me enforca pra mostrar autoridade,

e eu rio: você pode até ser mais forte,

mas, se eu rebolo, você perde todo o porte.


Cê sabe o quanto eu gosto, assim, de quatro,

só porque — eu sei! — isso te faz render.

Você gemendo e eu sorrindo de lado...

Essa noite sou eu quem vai te foder!







1 comentário


aline.drummond
13 de mar.

Simplesmente perfeito!

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