Inferno
- Yilan Ruh
- 27 de dez. de 2018
- 1 min de leitura
Atualizado: 2 de abr.

Eu quis ser uma menina boazinha. Quis agradar. Mas o demônio em mim gritava, xingava, esperneava. Que gênio difícil eu tinha! A verdade é que sempre odiei regras. E eu mesma as impunha. Eu odiava os conflitos, eu odiava as oposições que haviam em mim.
"Não responda", "Não me responda", me diziam. Eu enfrentava. Nunca aceitei um "não porque não" ou "sim porque sim". Eu amo a transgressão. Sempre amei. Me excito em fazer o exato oposto do que as pessoas esperam que eu faça.
Não nasci para estar em caixinhas. Não nasci para ser a boneca de ninguém. A ironia é que só descobri isso quando me partiram inteira e passei a ser tratada como uma boneca quebrada.
Me decepciono comigo mesma vendo que me tornei, pelo impacto das porradas da vida, uma adolescente fria e entediada. Deixei que apagassem meu fogo, deixei que domassem meu espírito selvagem. Não deveriam te-lo feito. Voltei com a potencia das fogueiras da inquisição. Ou do inferno, tanto faz.
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