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Flor de aço

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 9 de out. de 2024
  • 1 min de leitura




De vez em quando eu queria ser botão.

Ando sentindo que pulei algumas fases.

Eu floresci no meio da perversidade:

cedo demais me tomaram a mocidade.


Esse cansaço que me curva os ombros

zomba, maldoso, do tempo de bonança.

Devolva-me meus olhos de criança;

quero crer - uma vez mais - no que é insânia.


A calmaria se parece com ardil.

Eu fiz minha paz lutando uma guerra

e desconfio do que aparenta ser gentil.


Eu senti tanta dor que já não sinto nada.

Me ressinto dos espinhos no caminho

que protegem flores bem mais delicadas.


Vão me rasgando e eu faço o ódio de espada.

Eu fui forjada no front de batalha

e cada vez que me faltou o pão e a água

molhei meus lábios com o meu próprio sangue.


Minhas cicatrizes é que me fizeram grande.

Se eu sou uma flor, minhas pétalas são aço.

Enrijecida, sentinelo meu espaço.



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