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Filha da Lua Cheia

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 28 de jul. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 19 de out. de 2023


Fui criada em meio às ovelhas. Ensinaram que estava destinada à uma vida de servidão. A ração que me deram, eu nunca engoli. Eu olhava para os céus e rezava! Quando via a lua, em sua forma redonda e reluzente, Sabia em meu íntimo que deus era uma mulher. Como poderia o homem gerar o todo se sequer gestacionava? Meu corpo, chamado de frágil, traz a luz a vida; Meu sangue, quando retido torna-me sábia; No solo, faz com que plantas cresçam. Eu firmo meus pés na terra e sei que somos uno: criadora e criação, E dela, extraio folhas e flores e raízes que curam males do corpo e da alma. Eu falo com os animais e vejo amor, dor e solidão em seus olhos, E sei que compreendem minhas palavras. Oh, não, o meu poder nunca me deram. Eu o reivindiquei, abraçando tudo o que disseram ser sujo, feio e mal. Eu nunca levei jeito para ser uma boa menina. Eu prefiro serpentear nua ante as chamas de uma fogueira, Celebrar o amor sob a lua cheia E entoar cantos diabólicos sobre subversão e liberdade.

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