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Estranhos

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 6 de out. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 19 de out. de 2023


Ontem eu sumi só pra ver se você sentia minha falta. Não adiantou. Me pus invisível, inacessível, inalcançável. Tentei instigar o desejo pela falta. E fiquei igual criança, me escondendo atrás da cortina. Só pra ver se você me procurava. Acho que não percebi que você não faz questão de me ter por perto nem quando tô ao alcance do seu toque, quem dirá quando você precisa fazer esforço pra me ter.

A real é que eu tô cansada demais. Cansada da cama fria à noite, cansada dos meus dedos solitários, cansada de estar com alguém sem estar. Cansada desse "amor de fim de semana". Tá tudo muito morno e eu nunca gostei de coisa morna. Ou é quente de queimar minha língua ou é frio de me dar dor de cabeça. Coisa morna me deixa confusa. Parece que tenho que dormir de edredom com os pés para fora. Ou pelada de meias.

Eu nunca sei como me comportar. Parece que nada do que eu faço basta para receber aquilo que, no fundo, eu sei que posso me oferecer. Mas escolho oferecer a você. Ou escolhia, sei lá, porque tenho me sentido cada vez mais idiota. Botar uma lingerie pra te ver continuar assistindo desenho foi foda. Fazer massagem em mim mesma enquanto uivo de dor perto de você também é.

Talvez a gente só seja diferente demais. Talvez eu esteja sendo dura e o amor que você tenha para dar seja exatamente isso aí: dormir do lado oposto da cama. Não perguntar como foi o meu dia. Não saber minha cor favorita ou ficar fazendo um prato que eu nem gosto muito para me agradar. Talvez eu esteja pedindo demais ou, pior, eu nem esteja pedindo, não de uma forma que você entenda. Talvez estejamos em dois continentes, falando dois idiomas distintos.




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