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Ele III

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 6 de fev.
  • 1 min de leitura




A tua voz é brisa mansa que me embala

no vendaval que, às vezes, sou por dentro.

Eu posso ter o universo entre as mãos,

mas é na tua gravidade que me centro.


Eu vou varrer as sombras do passado

e encher de luz cada canto esquecido.

Eu vou pintar de azul o meu telhado

e despertar o jardim desvanecido.


Eu vou mudar os móveis de lugar,

e arrancar, das janelas, os tapumes.

Cada quadro quebrado eu vou trocar

e incensar a casa com doces perfumes.


Vou fazer, das paredes, tela de mil matizes,

e pendurar, no teto, mil pequenas luzes.

Vou colorir, com guache, minhas cicatrizes,

vou tocar Heavenly no último volume.


Comprar cadeiras, sentar na varanda,

abrir as portas a quem me chamar.

No teu colo, eu me permito ser criança.


Cê me ensinou um amor sereno e inteiro:

gentil como o sorriso nos teus olhos,

eterno como o tempo entre nossos dedos.


Essa é uma série de poemas publicadas como uma ressignificação do poema Dos Lares Violados

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