Desarte
- Yilan Ruh
- 1 de dez. de 2023
- 1 min de leitura

Ele cria em tons de vermelho e roxo;
entalha uma lágrima em meu sorriso.
O Sol, queimando minha carne,
gela minh'alma, eu agonizo em frio.
Ele pinta a minha casa de vermelho;
seios, pescoço, pulsos e tornozelos.
Ele colore o meu corpo por inteiro
e minh'alma se acinzenta, em desespero.
A minha voz tem sussurros dentro de si,
que no silêncio, ecoam graves, seminus.
Eu me obrigo a calá-los perante a ti,
e no escuro, o grito implode:
ESTOU TÃO SUJO!
Você se foi e, entretanto, está aqui.
Dentro de mim, eu me escondo e te encontro.
Impugnada por seus ritos Lupercais,
caio em desgraça;
a vergonha fez-se meu manto.
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