Cinza
- Yilan Ruh
- 27 de nov. de 2024
- 1 min de leitura

Ela dança com o vento que passa,
um sopro suave que a vida traça.
Em seus olhos, o fogo se acende
e logo se apaga: intenso e perene.
Uma paixão toca sua alma vazia;
o vento torna a brasa em cinza fria.
O tempo oblitera todos os amores:
no peito, lápides e mórbidas flores.
As cores do mundo são seu suplício;
ela pinta amores fictícios.
Cada paixão é um poema escrito:
estrénuo, esquálido, breve, vazio.
Ela vê cada jardim tornar-se deserto:
os matizes torpes, débeis, cadavéricos.
Teus olhos, onde brilharam estrelas,
descoloridos. Mortas borboletas.
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