Cadela
- Yilan Ruh
- 26 de mar. de 2019
- 1 min de leitura
Atualizado: 2 de out. de 2023

Eu não preciso usar uma coleira,
nem me enforcar em correntes curtas e oxidadas;
eu amo mais a minha liberdade,
que os teus afagos cínicos.
Não ouse me guiar por calçadas mais seguras;
não ouse dizer o que é melhor para mim;
pois hoje o medo me impele,
e a transgressão me excita,
e o tesão transborda no meu corpo,
e eu rebolo de paixão À Vida.
E eu vou morder se tentar me amordaçar,
logo eu, que nunca mordi ninguém;
eu vou rosnar ante a ameaça dos teus chutes;
vou te despedaçar, te devorar até os ossos,
cadela-demônio, vadia dos infernos,
nos descaminhos da tua existência torpe.
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