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Antropofagia

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 1 de mai.
  • 1 min de leitura




Mas oh — tu vens, e o mundo se dilacera,

com olhos febris de céu em combustão.

Tua presença, em mim, impera:

minhas verdades depostas no chão.


Teu beijo é lâmina em carne aberta,

e eu sangro a ti como se fosse prece.

Tua ausência é cova que me enterra,

tua presença é dor que arrefece.


Me entrego inteira, em paixão e martírio,

deitada em rosas, rasgada em espinhos.

Meu coração é um templo de vidro

onde os sonhos trincam, sozinhos.


Toma — meu sangue, meus versos, meu fim.

Cava em meu peito tua morada sem nome.

Faz de meu corpo um altar carmesim

e da minha alma — a ceia da tua fome.



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