Amores líquidos
- Yilan Ruh
- 3 de dez. de 2024
- 1 min de leitura

Deslizam os dedos por telas frias,
afetos robóticos na pressa do dia.
Um toque conecta os que buscam alento.
Afeto desprovido de comprometimento.
Sonhos descartáveis, memórias voláteis,
corações perdidos em tempos instáveis.
Palavras bonitas, promessas frágeis,
algozes e vítimas da pós-modernidade.
Navegamos sozinhos num vasto oceano:
conexões frágeis, laços de engano.
Construímos castelos de vidro e espuma;
lamentamos sua ruína na primeira bruma.
Olhares breves, sorrisos sem nome,
corpos que ardem e logo somem.
Almas distantes, beijos sem sabor:
amores líquidos evaporam no calor.
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