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A última flor na minha cova

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 10 de abr.
  • 1 min de leitura

Atualizado: 10 de abr.




Diz… diz o que queres de mim,

que entrego até o que jaz morto no meu peito.

Não temo a dor, o desespero ou o fim —

só um destino onde não sejas meu leito.


Me diz o que queres, meu amor,

e eu juro pela minha própria ruína:

nem se a vida me tomar todo calor

hei de deixar a tua alma sozinha.


Não me deslumbram ouro nem promessas,

só teu olhar castanho em minha direção.

Te amar é expor o seio às flechas —

meu coração, entregue em tua mão.


Sou feita de esperas, de suspiros,

de cartas nas gavetas, escritas com sangue.

Tudo em mim é teu nome no vazio:

sou teu abismo, tua prece, tua amante.


Vem... segura minha mão enquanto sangro,

de promessas, de silêncio, de saudade.

Me enterra em ti, me faz teu antro,

teu porto, teu farol, tua cidade.


Não sei se teremos a eternidade,

mas se houver, me dê tua alma de novo.

Quero morrer em teus braços hoje,

e renascer, no teu abraço, em tempo outro.


Juro pelos espinhos que me ferem agora,

pelas rosas que murcham na tua ausência:

teu nome será a última flor na minha cova,

e o primeiro quando eu voltar à tua presença.

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