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Maya

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 23 de mar.
  • 1 min de leitura



Nasceu quando os céus choravam tristeza,

e folhas tombavam num chão desvalido.

A brisa sussurra em crua frieza,

e o mundo é um evento esquecido.


A filha do outono, perdida em seus prantos,

vaga entre as sombras do frio adeus,

onde os lamentos ecoam seus cantos,

lembrança cruel do que feneceu.


Tudo o que ama se perde e declina,

como folhas mortas que o vento consome.

Beleza é ilusão que a verdade assassina,

e o eco da mágoa eterniza seu nome.


"Amei o que morreu tão cedo;

de tão cedo, nunca existiu.

Carrego flores murchas no peito

e, pro leito, sonhos vazios."


Por que resistir, se o mundo declina?

Por que desejar, se tudo é morrer?

Nas brumas do tempo, Maya elimina

ilusões; já não há o que temer.


Oh, noite cruel que, em treva, a encerra

em seu manto triste de silêncio e dor!

No fim deste outono, restará a terra,

e tudo o que caiu, desprovido de cor.




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