Lar
- Yilan Ruh
- 3 de abr.
- 1 min de leitura

Tua presença é luz que se derrama
pelos vãos das portas, frestas das janelas.
Tua voz — tão doce — já proclama
que a primavera vem romper as sentinelas.
Eu vou tingir as paredes com saudade,
abrir janelas ao vento e ao tempo,
para que a casa se inunde em verdade,
respire teu perfume, teu nome: meu alento.
Eu vou pintar no teto um céu estrelado,
bordar constelações pelo caminho
e, nas rachaduras do passado,
construir, com teu amor, o meu ninho.
Eu vou varrer as dores esquecidas,
iluminar os cantos da memória,
despertar as flores adormecidas,
tecer novos versos pra nossa história.
Comprar um relógio e esquecer das horas,
sentar na varanda, deixar o chá esfriar
e, no teu abraço, saudar as auroras.
Vestir a vida com orquídeas e rosas,
do teu peito, fazer o meu lar,
florescer em ti, no aqui e no agora.
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