Outono II
- Yilan Ruh
- 15 de mar. de 2024
- 1 min de leitura

Para ouvir enquanto lê: https://www.youtube.com/watch?v=R_SB8P_PNvY
Salva-me, você, de meus olhos.
Eu te vi, sob a noite, estrelada.
Entre sonhos, encarnada, cálidas luzes.
Obstante, o escuro me abraçava.
Vem depressa ver a luz se apagar.
Cerrados os olhos, feridos.
Espero poder encontrar
aquilo que nunca pedimos.
Se pudesses ver, a ti, por meus olhos,
irias inferir a turbidez dos sentidos.
Ouço vultos, vejo sussurros,
toco teu nome.
Eu crio aquilo que inexiste.
Vem depressa ser a fumaça em meus pulmões.
Me sufoque, morosa, que feneço sorrindo.
Espero poder inventar
aquilo que nunca sentimos.
Já não luto contra o luto, não reprimo meus impulsos.
Desmaio, em devaneios, no meu leito moribundo.
Noturna, soturna, de dores e saudades;
repouso em meu sepulcro até que a vida nos separe.
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