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Madona Negra

  • Foto do escritor: Yilan Ruh
    Yilan Ruh
  • 12 de out. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 2 de out. de 2023

Eu chorei um rio para que você visse

o tamanho da minha tristeza.

Eu doei meu corpo para que sentisse

o afeto que existia em mim.

Eu lhe dei a chave do porão,

para que visse que apenas a escuridão guarda a Verdade.

E então a Escuridão veio me salvar

porque eu atendi ao chamado do Dragão.


Em queda, a lágrima que dignifica

Em jorro, o sangue que purifica.

A língua serpentina amaldiçoa o céu,

renascida no Inferno, surge a cria de Bael.


E agora o mundo queima sob meus pés.

Sou a Imperatriz coroada de desejos.

Ostento em minha fronte a esperança das estrelas,

e em meu ventre, a cabeça da Serpente.

Não há nada mais potente que a Minha Vontade.

Eu sou à luz que conduz à escuridão,

o espírito que traz de volta à realidade.

A minha carne ainda é um reino de cicatrizes,

mas de meus pulsos jorra a Vida.


Eu reneguei a luz que me cegou por tanto tempo.

Reduzida à brasas, abdiquei da dor.

Não mais sob seu domínio.

O Amor cresce enquanto a lua está negra,

e na Noite Eterna

eu pinto sob a chaga dos meus sonhos descoloridos.







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