Escuridão
- Yilan Ruh
- 27 de set. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 2 de out. de 2023
Amaldiçoada a sussurrar seu nome,
me obrigo a permanecer no mundo dos vivos.
Contemplo um vislumbre
de sua beleza
e por um instante
o sangue colore meu rosto,
empalidecido.
A luz se faz presente
Longe demais
para que a alcance.
Meus braços finos pendem;
minhas unhas enfraquecidas,
se agarram ao nada.
Não há nada para mim aqui.
Poeira de estrelas.
Eu te vejo todos os dias
nos meus sonhos mais intensos.
Olhos de quartzo.
Eu só preciso dormir.
Eu só preciso dormir.
Apartada de mim,
vago, sozinha,
buscando você em cópias baratas.
O vinho não mata minha sede,
a comida não me nutre.
Eu transformo minhas palavras reprimidas em fumaça
E sufoco meus pulmões, em gritos nebulosos.
Por favor, nunca me acorde.
Nesse mundo de cenários descoloridos,
eu já não posso tornar-te real.
A promessa de um amanhecer frio
me afoga em desespero
a cada minuto acordada.
.
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