Desespero
- Yilan Ruh
- 25 de jun. de 2024
- 1 min de leitura

Eu te procurei em outros corpos
que não se pareciam (em nada) com o teu.
Tentei encontrar tua pele em outras tonalidades;
teu riso em outros timbres;
teu toque em outros corpos.
Quanto mais te buscava,
me perdia.
Ai de mim, ai de mim!
Que hoje padeço, em agonia!
Nosso amor:
meu surto de esquizofrenia.
Eu vejo vozes e ouço vultos.
Eu trago um cigarro e corto meus pulsos.
O corpo cai, a mente alucina.
Duas taças eu bebo: angústia e ricina.
As luzes se apagam
em meus olhos feridos.
Eu ouço teu riso
e esmago os ouvidos.
Já não luto contra o luto,
não reprimo meus impulsos.
Encerro em mim mesmo
meus anseios moribundos.
Desejo noturno.
Es febre que não cessa
ardendo em meu esquife
até que a Vida se despeça.
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