A Infindável Tristeza de Olhar para Trás
- Yilan Ruh
- 6 de ago. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 2 de out. de 2023
Eu fito caminhos já percorridos
com olhos cheios de poeira e tinta
descascada;
Minhas unhas seguem lascadas,
E minha garganta, repulsa, faminta,
Toda a angústia represada,
Um rio de palavras não-ditas
Seria a minha língua, foice amaldiçoada,
capaz de libertar-me de minha sina malfadada,
ou mera ânsia masoquista?
Eu anseio por uma utopia escapista
Um breve alento à minha alma encapsulada.
Descobriremos o que acontece
Quando se escava uma represa erodida.
Eu anseio pelos teus beijos alcoólicos
E a salinidade da sua pele
Mas eu preciso de mais
Que a tua boca covarde me oferece.
Deposite tua língua macia
Entre as pernas de uma moça paciente
Para quem deseja um fósforo
Uma fogueira é demasiado potente.
Eu quero me despedaçar
Eu quero te virar do avesso
Eu quero que você se foda
E que me foda do mesmo jeito.
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